sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ele seguia o seu caminho. Pés firmes, como alguém inabalável. Completo. Ela, em seu coração lembrara daquela última noite. A luz em sua penumbra anunciava, silenciosamente, anunciava. Ressoava em seus ouvidos a música de Chico. Ela negava, ignorava. Sentiu raiva, e lá no fundo concluiu que sim, aquele era o dia que "ele chegou diferente do seu jeito de sempre chegar". Usava outras roupas. E como parte do seu novo composê estava o distanciamento no seu coração. Ele não tinha o mesmo olhar, e suas mãos já não lhe entrelaçavam os dedos e verbalizavam as palavras que os lábios guardavam.

Lenços, olhos inchados, tempo.
 Raiva e todas as suas etapas complementares.
 A dor.
 Solidão.

 O tempo.

Ela ficou a mercê  e levou para si todas as culpas. Desaprendeu a amar. Desacreditou. Ela se perdeu. Ele se refez e vive hoje novas histórias. Ela prega reconstrução, mas não permite reconstruir a própria vida.

Ela carrega consigo a crença de que a solidão é que preenche, mas nos cantos: os escombros. As dores.
Perdeu-se. Segue o caminho e quem vê declara paz. Por dentro há guerra. Afastamento.

Aprendeu todas as lições sobre separação. Esboça que o amor não é  para todos. Racionalmente divulga que melhor seria se a vida fosse um conto de fadas musicalizado. Mas não é. A vida é feita de crises.

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Leros Leros