domingo, 13 de novembro de 2011



           É quando te vejo divagar sobre a vida, sobre milícias, guerras e canções de amor que entendo toda a fisiologia do meu corpo acelerando quando envolto ao seu. Porque você é de carne e osso, imperfeito pra mim. Gentilmente se afasta do conceito de bom moço quando na verdade permite a poucos enxergar seu revolucionário e generoso coração.
[...]
             É que ontem, aquele abraço comprido, de coração descompassado me fez entender pequenezas sobre você, sobre mim, sobre nós. Concluo logo: a gente não tem que ser. Tantos anos, de beijos roubados, palavras torpes, tropeços amargos, distâncias, olhares, partilhas, desencontros e um amor. Talvez o único. E hoje, o meu olhar brando permite dizer que o amor maior não foi aquele de outrora, mas o seu: feito de inexatidões, afagos e de descontinuidade. Amor confuso, mal falado, pouco explícito, amor leal. Amor doído, implícito. Machucado por erros, desprezos, fragmentos e uma porção de orgulho. Amor embalado por trechos de Pink Floyd, Beatles, Elza Soares, Chico Buarque e Engenheiros. Regado por sonhos de igualdade.

                  Uma história que não tem vilão. Fomos assim: imperfeitos um pro outro; e mesmo a gente não sendo, nossos caminhos são, e pra sempre. Que é pro amor durar bonito, como deve ser...
                  Eu saio ás 06 a.m. Não olho pra trás, ouço o barulho da porta bater, e meus pensamentos, sorrateiramente, acompanham os meus passos pesados. Carrego na memória fatos límpidos e sóbrios de um amor mal criado, obscuro, permeado por tristezas derramadas. E pra terminar, sussuro baixinho: "Wish you were here". Pra sempre.

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