terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Um dia o amor acaba e dele apenas os destroços  bagunçando o espaço. É que ele segue de mãos dadas com a paciência, dando lugar às pequenices das verbalizações rompidas por uma expressão reprovativa e pouco acolhedora. Daquilo que trazia uma graça redundantemente trocada por uma intolerância acinzentada; o aviso prévio do amor que está de partida.  

É a graça da risada estrondosa esmagada pela crítica certeira, cruel. No lugar da voz melodiosa, o tédio por palavras mal pronunciadas.

 O amor, as suas trocas e o desamor. Amor acaba. Devagarinho. Doído, vai embora indicando seus sinais,  deixando aquele que fica, arredio, sombrio dentro de si e de novo solitário. 

O amor tem dessas coisas de camuflar a solidão com suas estampas mais bonitas. Isso é tão passageiro. 
Solidão é permanente, isso sim se aprende. 

É que o amor tem dessas coisas de enganar com sua fama de "pra sempre". É que amor esmaga, sem fazer questão de facilitar. 

Não há repetições que façam aprender.  
Na próxima parada, você embarca no amor, como se nunca tivesse sentido seu tom amargo, esquece as dores, os cortes, as partidas, as perdas, o rosto molhado. E repetidas vezes, acredita em suas infames promessas. E crê no pra sempre, no encanto, na ternura.  

O não surpreendente do amor se faz forte de novo. 

E falacioso, parte, deixando sobras, uma sonoridade tristonha, nuvens chorosas, inconformidade.


É o amor e o seu ciclo.






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